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Posts Tagged ‘Evangélicos’

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Já circulam na internet e redes sociais publicações de alguns “estudos” e “pesquisas” sobre os hipotéticos malefícios do que os evangélicos fundamentalistas chamam de “ideologia de gênero”. Tais pesquisas têm por objetivo demonizar e aterrorizar um público desinformado e suscetível à influência controladora de seus considerados “líderes espirituais”. O Brasil tornou-se um berço desses chacais cristianizados que levam milhões ao extremismo, fanatismo, preconceito e criminalidade. Todavia, será que os evangélicos fundamentalistas que abominam a identidade de gênero estão realmente preocupados com as crianças de todo o Brasil? Por que tais crentes não conseguem enxergar e – se caso enxergam – admitir os malefícios oriundos de suas crenças?

A neurologista Katheleen Taylor, da Universidade de Oxford (Inglaterra) defende que em breve seremos capazes de tratar o fundamentalismo religioso e outras formas de crenças ideológicas potencialmente prejudiciais para a sociedade como uma forma de doença mental, segundo suas pesquisas desenvolvidas recentemente.

E quais são essas outras formas de crenças ideológicas?

Segundo os estudos do psicólogo Kevin Dutton, autor do livro “A Sabedoria dos Psicopatas: O que santos espiões e assassinos em série podem nos ensinar sobre o sucesso”, uma das profissões que mais atraem psicopatas é a de pastor evangélico.

“Um pastor psicopata assume uma personagem performática quando sobe ao púlpito. É capaz de encenar os papéis mais dramáticos como se estivesse num teatro. Em questão de segundos, transita entre a tragédia e a comédia, provocando lágrimas e gargalhadas com a mesma desenvoltura. Mas tudo não passa de fachada para disfarçar sua astúcia.
Não se trata de um louco varrido, mas de alguém que vive na fronteira entre a sanidade e a loucura, mas sem perder o controle. Suas maiores habilidades são mentir, enganar, ludibriar, trair, nem sequer sentir-se culpado ou envergonhado. Trapaceiam, difamam, traem, abusam de autoridade, roubam, e sentem-se confortáveis com isso. A única coisa que não admitem é serem desmascarados. Não pela vergonha que passariam, mas porque isso os impediria de continuar enganando. Cinicamente, se aproveitam da dor alheia para se locupletar. São verdadeiros predadores soltos na sociedade à procura de pessoas vulneráveis que caiam em sua lábia” – escreveu Dutton.

E ainda acrescenta: “adolescentes são sempre mais vulneráveis a este tipo de liderança extremamente carismática, mas sem escrúpulo e compromisso com a ética. Procure saber a quem seus filhos estão seguindo. Há casos em que pastores jogam os filhos contra os pais, exigindo deles absoluta obediência”.

Dentro do mesmo contexto, o professor de justiça criminal Volkan Topalli, de uma universidade de Georgia (EUA) revela em seu estudo que pessoas que cometem crimes graves costumam recorrer a argumentos religiosos para justificar seus atos, em uma tentativa de se livrar do sentimento de culpa.  Sob o tema “Com Deus do meu lado: a relação paradoxal entre crença religiosa e criminalidade entre os agressores de rua”, o estudo tem servido para questionar os programas de assistência religiosa dos presídios dos Estados Unidos.

Não são apenas os adolescentes que são vítimas desses fanáticos religiosos como também as crianças de um modo especial. Foi o que constatou John Bartowski da Universidade de San Antonio (Texas) que, juntamente com colegas fez um estudo sobre as taxas de mortalidade infantil tomando como referência as religiões de cada país.

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Bartowski descobriu que nos Estados Unidos – país mais religioso entre as nações mais ricas- a taxa de mortalidade infantil é maior entre os fiéis de igrejas pentecostais e a causa mais provável disso é que, nessas famílias, ocorre com maior frequência a busca da cura pela fé, em detrimento dos recursos da medicina.

Foi analisando os registros de óbitos infantis de 1.900 cidades que o pesquisador verificou que os adeptos de crenças fundamentalistas (seguindo os pentecostais) estão em segundo lugar no ranking das maiores taxas. Em seguida, pela ordem, vêm os evangélicos tradicionais, os protestantes e por último, os católicos.

Marlene Winell, norte-americana, é psicóloga, educadora, escritora e autora do livro Leaving the Fold: A Guide for Former Fundamentalists and Others Leaving their Religion (ainda sem edição em português). O livro tornou-se um guia sobre como identificar e se livrar de problemas desencadeados por religiões fundamentalistas. A Síndrome do Trauma Religioso se manifesta em pessoas de todas as idades, mas principalmente naquelas cuja personalidade esteja em formação – as crianças.

Marlene criou o termo Síndrome do Trauma Religioso para classificar os sintomas de pacientes que sofrem de transtornos mentais em decorrência da doutrinação dessas crenças. Para ela, religião é algo que não deve ser ensinado para crianças e o fundamentalismo rouba a identidade das pessoas.

A Síndrome do Trauma Religioso é vivida de diferentes maneiras e depende de uma variedade de fatores. Alguns sintomas-chave são confusão mental, dificuldade em tomar decisões e pensar por si mesmo, falta de sentido ou direção na vida, baixa autoestima, ansiedade de estar no mundo, ataques de pânico, medo da condenação, depressão, pensamentos suicidas, distúrbios do sono e alimentares, abuso de substâncias, pesadelos, perfeccionismo, desconforto com a sexualidade, imagem corporal negativa, problemas de controle de impulso, dificuldade de desfrutar o prazer ou estar presente aqui e agora, raiva, amargura, traição, culpa, sofrimento e perda, dificuldade em expressar emoções, ruptura da rede familiar e social, solidão, problemas relacionados com a sociedade e questões de relacionamento pessoal. Os sintomas podem variar de acordo com os ensinamentos e práticas específicas de determinadas igrejas, pastores ou dos pais. As pessoas mais sensíveis à síndrome são aquelas que foram criadas dentro de uma determinada religião, protegidas do resto do mundo ou de uma religião muito controladora. A Síndrome do Trauma Religioso é uma realidade. Embora possa ser mais fácil de entender os danos causados por um abuso sexual ou um desastre natural, as práticas religiosas podem ser tão prejudiciais quanto esses traumas. Mais e mais pessoas precisam de ajuda e o tabu sobre criticar as religiões precisa ser questionado” – explicou Winell.

Já existe até uma petição pública online pedindo o reconhecimento dessa síndrome como Transtorno Psiquiátrico pela ABP do Brasil.

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Outro estudo que endossa os citados acima e abarca também os indivíduos adultos é o do Centro de Saúde da Universidade Duke (EUA) que concluiu que o hipocampo de pessoas religiosas diminui com o tempo, de forma similar com o que ocorre com o cérebro de portadores do Mal de Alzheimer.

Coordenadora do estudo, Amy Owen informou ter usado ressonância magnética para medir o hipocampo de 268 homens e mulheres de 58 anos a 84 (entre crentes e não religiosos) e disse ter ficado surpresa com o resultado, apesar de várias pesquisas apontarem para os benefícios da religião, como o alívio da ansiedade e da depressão.

Uma das possíveis causas da atrofia do cérebro nesse caso, segundo ela, é o estresse dos crentes em consequência, entre outros fatores, do conflito de seu comportamento com o que prega a igreja e do temor de ser punido por seu deus. “Transgressões religiosas podem originar angústia e desequilíbrio emocional” – afirmou a pesquisadora.

O estresse libera um hormônio que diminui o hipocampo e em pessoas consideradas de minoria religiosa, tende a ser maior.

Owen informou que tal diminuição se apresenta mais acentuada em determinados grupos de religiosos, destacando-se pela ordem, protestantes e católicos.

Quando eles não fazem vítimas de suas crenças e fanatismo, tornam-se a própria vítima. É o caso do pastor sul-africano Alfred Ndlovu que deixou todos os seus bens para trás em busca de um encontro espiritual com Deus num deserto e decidiu começar um jejum (seco) fervoroso como parte de uma rotina espiritual e acabou morrendo de desnutrição.

Querem lutar pelas crianças do Brasil, seus fundamentalistas? Tratem de cessar vossas pregações alienadas e baseadas em ideologias fictícias que causam transtornos e traumas irreparáveis a elas. Deixem vossas crenças e seus deuses longe de nossas crianças.

Não posso discordar de Richard Dawkins quando diz que as religiões têm uma tendência a fazer os fiéis cometerem atos condenáveis e só sobrevivem porque ainda existe ignorância no planeta.

Por Andrea Foltz

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