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Archive for the ‘Verdadeira face do Mal!’ Category

Mesmo em pleno século XXI, ainda nos deparamos com a seguinte premissa: nós não podemos possuir moral válida sem uma figura divina que nos guie.

Tal premissa fere nossa integridade mais fundamental, vez que afirma que não podemos ser bons uns para com outros sem um deus que permita ou ordene que o façamos. Mais ainda: devemos temê-lo e amá-lo acima de tudo. Parece-me estar aí consignada a essência de uma relação sadomasoquista. Se, para sermos salvos, precisamos amar a quem tememos, estamos diante de uma doentia e perniciosa escravidão.

O teísmo também aduz em sua própria essência que vivemos sob a vigilância eterna de uma figura paterna que nunca perecerá e jamais nos permitirá seguir com nossas vidas, impedindo-nos de crescer e de deixar a infância para trás.

Esse deus todo-poderoso não só supervisiona todos os segundos de nossa vida, como ainda nos pede frequentemente que a ele agradeçamos e a ele oremos em um acesso desvairado de vaidade.

O cristão é enganado de tal maneira por essa doutrina, que, mesmo após uma avalanche de culpa que lhe é enfiada goela abaixo por um sacrifício humano do qual não teve qualquer ingerência e, sob qualquer aspecto que se encare, é imoral, ainda afirma: “eu pertenço a deus.”

É isso mesmo? Posse de humanos… Isso me lembra… Ah… Escravidão! Claro que sei que a Bíblia autoriza e organiza a escravidão, assim como autoriza genocídio, mas esse aval não torna tais atos corretos.

De fato, é uma ideia horrível a de que alguém nos possua e, ao mesmo tempo, nos vigie o tempo todo, inclusive em nossos pensamentos. Lembro que até mesmo um pensamento impuro é considerado pecado e pode nos condenar. O cristianismo se constitui, desde a manjedoura, precipuamente, em obediência inconteste a ordens. Controle, mas controle do corpo. É fácil verificar que a igreja, ironicamente, não se preocupa com a alma, ela se importa mesmo é com o corpo.

Esse mesmo deus nos criou falíveis e nos ameaça, diariamente, com uma punição infinita por crimes finitos. Cumpre ressaltar que, mesmo Cristo, que, segundo a Bíblia, foi torturado e assassinado, ficou morto por apenas três dias para, logo após, ressuscitar, subir aos céus e ser o “manda-chuva” lá em cima e por toda a eternidade. Se pensarmos bem, não parece mau “negócio”, não é? Já que “morreu por nós” poderia ao menos… Permanecer morto, não?

 

 

Vejamos: deus nos cria imperfeitos, sabendo em sua onisciência que iríamos falhar seguidamente e então nos expulsa do paraíso; envia enchentes, pragas e toda a sorte de sortilégios porque “sua criação” o decepcionou. Para sanar a brecha que deixou em seu “plano”, deus envia ao mundo ele mesmo, que, ao mesmo tempo, é seu único filho – não me peçam para explicar, já que tratamos aqui de monoteísmo – para contornar o pequeno “probleminha” que ele mesmo criou lá no início, já que ditou todas as regras e leis para a “salvação”. Sacrifica, então, a si mesmo (na pessoa de Jesus), para si mesmo, com o intuito de purgar nossos pecados, inclusive os que ainda não cometemos; o que é absolutamente imoral, vez que não é correto punir alguém pelo mal que outros fizeram e, agora, cobra por isso. Ora, porque simplesmente não nos perdoou e, pronto?

Ou seja, o cristão, já nasce devendo, mesmo em nada participando na história. Bela mitologia não? Está na hora de esses grilhões se partirem.

Acredito que qualquer ser humano deva sentir-se insultado por tais premissas. Devemos refutar a ideia de que é impossível viver uma vida ética sem religião. É correto repudiar todos os massacres e assassinatos descritos na Bíblia, os perpetuados em nome de deus e de seus regramentos.

Resta pouca dúvida de que uma sociedade que cresça sabendo que não sofrerá eternamente por conta de um livro que suporta doutrinas anacrônicas e imorais, não seja mais saudável. Que ninguém aqui venha citar o infame e burro “livre arbítrio”, por favor! Afinal, para quem acredita nessa mentira, lembro que deus também nos condena se utilizarmos esse mesmo “livre-arbítrio” que ele próprio nos concedeu. Não é um raciocínio muito inteligente não é mesmo?

É como se alguém houvesse criado um conto de fadas onde existe um ser todo-poderoso que dotou sua criação com bom senso e inteligência, mas proibisse a utilização de tais virtudes pela mesma. Mais que isso, é certo que a humanidade estaria melhor sem instituições que perpetuam esse dogma e, baseadas nessas interpretações, afirmem, por exemplo, que a AIDS é uma doença terrível, mas que, pior que isso, é a utilização de preservativos que poderiam impedir sua propagação. Existem alguns bondosos protestantes, por exemplo, que, particularmente, acham lindos os ensinamentos do Levítico e Deuteronômio, chegando a afirmar que a homossexualidade é a doença e, a AIDS, a cura.

Qual o valor de uma teocracia que condena homossexuais por sua natureza, mesmo afirmando que deus fez o homem à sua própria imagem, que advoga contra o aborto em TODAS as situações, sabendo que as agulhas de crochê infectadas são encontradas aos montes nos becos esquecidos de nossas cidades? Que “breca” por oito anos uma nação como os EUA, que possui recursos materiais e intelectuais ilimitados para pesquisa, de fazer estudos sobre a mais promissora técnica científica médica já descoberta até hoje, com potencial inclusive, para curar doenças como Alzheimer e Parkinson, por exemplo, em detrimento de uma suposta “alma” presente em um blastócito, mantida em uma Placa de Petri dentro de um congelador?

Soltemos o freio de mão. Esse é a o verdadeiro gosto da religião: azeda; ela separa “cada um em seu quadrado” como excreta o bordão da música asnática. Masturbando-se em seu fundamentalismo, amparada pelas estacas embebidas em culpa e em cicuta, inseridas com seus pustulentos livros sagrados, mitômanos, contraditórios, eugênicos, bebendo, não do sangue do cordeiro, mas daquele derramado nas amputações perpetuadas com os facões cegos pelo ódio inconsútil dos padres católicos na África, em suas parafilias repugnantes, alimentando-se nos rituais pantagruélicos onde se empanturra, não do pão abençoado, mas da carne genital apodrecida, corolário funesto das infibulações islâmicas. No sulco aberto pela teologia esquizofrênica, rasteja remansosa sua “moral divina”, locomovendo-se qual réptil peçonhento, faminta por mais um devoto, por mais uma carcaça, por mais uma criança, glorificando os apedeutas que se matam, entre si, de forma habitual e draconiana, na desastrosa e patética disputa sobre o que não se pode saber ao certo.

Religião… Onde estavam seus hermeneutas e exegetas durante os 500 anos de orgias nos claustros, durante a forja das “damas de ferro”, que proliferavam nos “cachots” europeus, simplórias coadjuvantes dos terços que eram contados concomitantemente aos orgasmos sagrados, oriundos de infinitos sadismos inquisitórios? Onde se enfurnam hoje seus intérpretes? Porque não ajudam a recolher a pele e o plástico fundidos nas explosões, que avalizam com sua homilética febril? Néscios mártires do século XXI, que têm apenas seus dejetos como testemunhas, com seus ventres prenhos de Semtex, prontos a parir desolação e escravizar 72 virgens vestidas de burca e de medo. Onde se escondem seus mandatários inexcomungáveis, pedófilos enrijecidos pelo Viagra da puberdade, do viço e da inocência. Onde estão Jeová, Alá, Zeus, Osíris, Odin? Sentados em seus tronos, inertes, inescrutáveis, patéticos, bufões fantasiados de deuses, álibis de seus próprios pais… Os homens.

 

Humberto P. Charles

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